A flexibilidade no trabalho tem se mostrado essencial para a satisfação e retenção de colaboradores. Em um cenário onde o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é cada vez mais valorizado, oferecer opções flexíveis se tornou uma necessidade para as empresas.
Ao implementar políticas de flexibilidade, como horários ajustáveis e trabalho remoto, as empresas podem transformar sua cultura organizacional, tornando-a mais inclusiva e adaptável. Essa abordagem não só beneficia os funcionários, mas também aumenta a produtividade e a inovação.
Neste texto, vamos explorar a importância da flexibilidade no trabalho como benefício e como implementar essas práticas de maneira eficaz. Acompanhe!
Importância da flexibilidade de jornada de trabalho
A flexibilidade na jornada de trabalho permite que os indivíduos ajustem suas horas de acordo com suas necessidades pessoais e familiares, promovendo um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal. Durante a pandemia, essa flexibilidade foi essencial para muitos trabalhadores.
A pesquisa "Dimensão Pessoal e Trabalho em 2024: Uma Visão da Força de Trabalho Global" mostra que a importância da flexibilidade de horas diminuiu em comparação com salário e segurança no emprego. A pesquisa revela que a flexibilidade de jornada ainda é crucial para muitos trabalhadores.
Embora a flexibilidade de horas não seja mais a principal prioridade, ela continua sendo importante para a satisfação e o bem-estar no ambiente de trabalho. Empresas que oferecem essa flexibilidade tendem a ter maior satisfação e retenção de funcionários.
Portanto, mesmo que a flexibilidade de jornada não seja a principal prioridade para todos os trabalhadores, as empresas devem considerar isso ao desenvolver suas políticas de recursos humanos, promovendo um ambiente de trabalho mais equilibrado e satisfatório.
Benefícios da flexibilidade de local de trabalho
A flexibilidade de local de trabalho, embora menos valorizada que outros benefícios como salário, segurança no emprego, satisfação no trabalho e progressão de carreira, ainda oferece vantagens significativas. Ela permite que os trabalhadores escolham onde desejam trabalhar, seja em casa, em um café ou em um espaço de coworking, por exemplo.
De acordo com a pesquisa, a demanda por flexibilidade de local de trabalho perdeu importância desde a pandemia. Atualmente, apenas 14% dos trabalhadores na Europa valorizam a localização flexível, uma parcela menor do que na região Ásia-Pacífico (15%), América Latina (15%) e América do Norte (17%).
Nos últimos 12 meses, 37% dos trabalhadores afirmam que seus empregadores ficaram mais flexíveis em relação ao trabalho remoto, enquanto apenas 7% dizem que os empregadores se tornaram menos flexíveis. Mais da metade dos entrevistados relatam que as políticas dos seus empregadores em relação ao local de trabalho não mudaram.
Esse padrão se repete em todas as quatro regiões analisadas, com a região Ásia-Pacífico mostrando a maior probabilidade de aumento na flexibilidade.
Embora a parcela de trabalhadores híbridos tenha caído ligeiramente em 2023, o trabalho híbrido ainda continua a ser uma opção atrativa para muitos trabalhadores e empregadores. Essa modalidade oferece o melhor dos dois mundos: a flexibilidade e autonomia do trabalho remoto, juntamente com os benefícios de interação e colaboração presencial.
Na América Latina, o trabalho híbrido diminuiu de 25% para 24%. Em contrapartida, na América do Norte, a força de trabalho híbrida cresceu em dois pontos percentuais.
Essa abordagem permite que as empresas equilibrem a necessidade de supervisão e convivência entre os times com a demanda dos trabalhadores por flexibilidade.
Como se apropriar da flexibilidade no dia a dia
Apesar dos benefícios, alguns trabalhadores hesitam em aproveitar a flexibilidade oferecida. A pesquisa mostra que muitos trabalhadores se sentem julgados ou monitorados ao trabalhar remotamente, o que pode criar uma barreira para a plena utilização desse benefício.
De acordo com os dados, 68% dos trabalhadores remotos sentem que seus empregadores estão monitorando seu tempo e assiduidade. Além disso, 42% dos trabalhadores remotos se sentem julgados por aproveitar os acordos flexíveis de trabalho.
Para superar essa barreira, é importante que as empresas promovam uma cultura de confiança e transparência. Os empregadores devem comunicar claramente que a flexibilidade é um benefício legítimo e encorajar os funcionários a utilizá-la sem medo de repercussões negativas.
Além disso, estabelecer padrões claros para o trabalho remoto pode ajudar a alinhar expectativas entre empregadores e empregados. Isso inclui definir metas e métricas de desempenho que sejam justas e transparentes, garantindo que todos saibam o que é esperado.
Outro aspecto crucial é o apoio contínuo dos gestores. Quando os funcionários se sentem apoiados por seus superiores, eles têm menos chances de se sentir monitorados ou julgados. Isso pode ser alcançado através de feedback regular e construtivo.
Promover a autonomia também é essencial. A pesquisa indica que acordos modernos proporcionaram mais autonomia do que nunca. No entanto, essa autonomia deve ser equilibrada com a responsabilidade, para que os trabalhadores se sintam empoderados, mas também comprometidos com os objetivos da empresa.
Por fim, é vital que as empresas invistam no desenvolvimento contínuo de habilidades. Isso não só ajuda os trabalhadores a se sentirem mais confiantes em suas capacidades, mas também demonstra o compromisso da empresa com o crescimento e o bem-estar de seus funcionários.
Como se sentem os trabalhadores presenciais
A pesquisa revela que trabalhadores remotos têm 1,3 vez mais probabilidade de se sentirem inseguros em relação ao emprego do que trabalhadores híbridos e presenciais. Esse sentimento de insegurança pode ser atribuído à ausência física no local de trabalho, o que pode levar a uma percepção de menor visibilidade e reconhecimento.
Por outro lado, trabalhadores que são obrigados a retornar ao local de trabalho físico também enfrentam seus desafios. Muitos se sentem mais monitorados e pressionados a comparecer pessoalmente com mais frequência, especialmente à medida que os empregadores se tornam mais decididos sobre o retorno ao local de trabalho.
Por outro lado, a insegurança no emprego diminuiu em 2023 em comparação com 2022, tanto para trabalhadores remotos quanto para híbridos e presenciais. Por exemplo, a parcela de trabalhadores remotos que não se sentem seguros em seus empregos diminuiu de 40% em 2022 para 19% em 2023 na região Ásia-Pacífico. Em comparação, a insegurança no emprego entre trabalhadores presenciais na mesma região caiu de 19% para 12%.
Na América Latina, a insegurança no emprego entre trabalhadores remotos caiu de 35% em 2022 para 22% em 2023. Já entre trabalhadores presenciais, a queda foi de 33% para 20%.
Esses dados mostram que, embora a insegurança no emprego tenha diminuído para todos os tipos de trabalhadores, a redução foi mais acentuada entre os trabalhadores remotos. Embora a insegurança no emprego tenha diminuído de forma geral em 2023, a sensação de vulnerabilidade ainda é mais pronunciada entre os trabalhadores remotos em comparação com seus colegas híbridos e presenciais.
Especificamente, os trabalhadores remotos têm 1,3 vez mais probabilidade de se sentirem inseguros em relação ao emprego do que os trabalhadores híbridos e presenciais. Isso pode ser atribuído à ausência física no local de trabalho, que pode contribuir para um mal-estar geral entre os trabalhadores remotos.
A relação entre flexibilidade e senioridade
A demanda por flexibilidade no trabalho varia conforme a senioridade dos colaboradores. Trabalhadores mais experientes, com 55 anos ou mais, tendem a valorizar mais a autonomia e a flexibilidade no tempo de trabalho.
Esses trabalhadores mais experientes colocam frequentemente a flexibilidade de horário entre suas principais prioridades. Conforme a pesquisa, 31% dos trabalhadores com 55 anos ou mais priorizam a flexibilidade de horário, em comparação com menos de 24% dos trabalhadores mais jovens, entre 18 e 24 anos.
Por outro lado, trabalhadores mais jovens podem estar mais focados em oportunidades de desenvolvimento de carreira, como treinamentos e experiências que possam acelerar seu crescimento profissional. Eles também valorizam a flexibilidade, mas frequentemente aceitam horários e locais de trabalho mais definidos como parte de seu processo de aprendizado e crescimento.
Essa diferença de prioridades reflete as distintas fases da vida e carreira em que os trabalhadores se encontram.
Ambos os grupos trazem valiosas contribuições para o ambiente de trabalho, e entender essas diferenças pode ajudar as organizações a criar políticas que atendam às necessidades de todos os colaboradores, promovendo um ambiente inclusivo e produtivo.
Como você viu até aqui, a flexibilidade no trabalho é um benefício que pode aumentar a satisfação e a produtividade dos trabalhadores. No entanto, é crucial que as empresas promovam uma cultura de confiança e transparência para que os funcionários se sintam confortáveis em aproveitar essa vantagem.
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